Sentiu por entre os dedos a ponta do cigarro queimar-lhe a pele. Foi desperta de seu devaneio matutino, sorriu e voltou-se para dentro da varanda. Agitou a mão esquerda, logo em seguida jogando o cigarro bem distante. A passos lentos entrou em casa, ao passo que um vento gélido lhe acompanhava. Segurou nas pontas do casaco fechando-o mais em seu corpo esguio, olhou para trás quase sem coragem de fechar a porta que permitia aquele vento de fim de inverno entrar. Soltou as mãos e puxou as maçanetas, antes que o vento trouxesse consigo a chuva para dentro do ambiente termicamente aconchegante.
Respirou fundo antes de sentar-se na poltrona e a girou, para poder visualizar em todo seu esplendor aquele espetáculo que tanto sentira falta. As gotas de chuva caíam como se mergulhassem nos vitrais da casa, atrás um sol nascente mesclado a delicados tons de azul e branco. As nuvens do horizonte eram belíssimas, quase como os tais algodões-doce que lembrava da infância. Puxou uma coberta grossa para cima de seu colo enquanto suas pernas se cruzavam em uma posição tão comum para ela.
Um sorriso desenhou-se em sua face ao sentir aquele doce aroma de capuccino exalando da cozinha, esticou o corpo e retorceu o pescoço para ver corretamente, sim. O cheiro vinha exatamente dali, junto com o gosotoso odor de pão de queijo. Cerrou os olhos, apenas ouvindo os barulhos que orquestravam seu dia. Sorriu. Como que para despertá-la de mais um devaneio, uma caneca apareceu em sua frente. Ela abriu totalmente os olhos e agradeceu pelo carinho, pegou-a daquela mão delicada e tomou um grande gole. Fechou seus olhos e soltou um murmuro de alegria, como conseguira viver tanto sem aquele ar tão agradável. Tão logo terminou de beber o líquido a ela oferecido, segurou aquela mão tão encantadora. Lhe mirou diretamente, como que a questionar se era isso mesmo que queria. Com um pequeno gesto, os lábios femininos lhe responderam, sem que palavras fossem ditas.
Se eu entendi as pistas, tratou de um tabu com intensa delicadeza. Não sei o porquê, mas me lembrei de um conto do Caio F. de Abreu chamado "Aqueles Dois".
ResponderExcluirVou ter que procurar, nunca li nada dele :/
ResponderExcluirE sim, prefiro tratar desses temas mais, digamos, "polêmicos" com certa delicadeza ou suavidade.
Prefere e consegue com louvor (:
ResponderExcluirProcure, descobri o Caio na faculdade esse semestre e já é um novo vício.
Adorei a mudança no blog e o nome também.
Ah, esses desenhos que você sempre usa.. Sei que têm um nome, mas esqueci.. Qual é mesmo?! São lindos.
Anime.. HAHA
ResponderExcluirEu acho, particularmente, mais bonitos do que uma foto real. Não sei me expressar, mas acho que combinam mais com o blog do que outras imagens. (:
Eu comecei a ler, não dei continuidade devido ao corre-corre do dia-a-dia. D:
Para, para, para... não humilha! :D
ResponderExcluirUHAUHAUHAUH
mamacíta... tu manda muito!