13.6.09

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Com a cabeça baixa ela apoiava a cabeça nos joelhos, abraçava as pernas enquanto olhava pra frente. A cidade toda iluminada, aquela visão era privilegiada, as pessoas passando abaixo e a vida que não parava por um momento em que ela se sentia insegura. Fechou os olhos, apertou mais as pernas contra seu corpo. Chorou por instantes, ergueu os olhos.

Seus heróis tombaram, seus mestres mentiram e seus pilares haviam desaparecido. Ela precisava sentir o oxigênio correr por suas veias, por isso caminhou até aquele morro, até aquele lugar tão distante. Apenas precisava se sentir querida, sentir que nada mudou.

Agora as lágrimas não mais se controlavam, sabia o que tinha que fazer, sabia o qe precisava dizer. Mas as palavras lhe faltavam, seu coração estava miúdo naquele pequeno espaço entre os pulmões. Doeu, há tanto ela não sentia aquilo com tanta intensidade, ouviu passos. Olhou para trás com ele já disparado, ninguém. Talvez fosse essa a maior verdade, ela sempre estaria solitária na caminhada ao infinito, na realidade não totalmente sozinha, por instantes teria pessoas ao seu redor, mas não sempre.

Levantou-se e no caminho conseguiu um pouco de calmaria, segundos que lhe fizeram respirar fundo.